quinta-feira, 31 de março de 2011

Aonde quer que eu vá



"Foram tantas brincadeiras,
tantas conversas,
tantas risadas...
E olhe
agora,
Nem conversamos mais
."

                                                  Caio Fernando Abreu

sábado, 26 de março de 2011

Confessionário


Agora tenho a certeza de que eras mesmo minha inspiração diária para pensar e tentar lidar com os significados, às vezes, confusos das palavras, para me livrar da quase inevitável preguiça e me superar entre os tantos pesos e formas variadas de anilhas, para estudar e sempre achar uma extensão inimaginável de dúvidas só para ouvir tuas explicações ilustradas por exemplos e gestos exagerados e ter, por mais um pouco de tempo, toda a atenção, a companhia. Lembro-me bem que eras como meu confessionário com as mais privilegiadas penitências, minha lei tão eficaz e sem necessidade nenhuma de códigos ou emendas, minha frase mais perfeita, porém obrigatoriamente terminada com imprevisíveis reticências.    


Ps: Desculpem a demora em postar, mas estive sem tempo (provas!) e inspiração esta semana... Esperando voltar ao ritmo normal.



segunda-feira, 21 de março de 2011

Apenas sentir


Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escravo de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava. Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu.
Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundado diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era linda! Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza.
Sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressada com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.
Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria.

                                                                                             Tati Bernardi

sábado, 19 de março de 2011

Outono


Meus dias ultimamente têm morrido como meras folhas secas,
Como o amor estranhado, que há tempos não sinto correr por estes lençóis nem veias,
 Desarmando-me as intenções e dando a certeza de que realmente me esqueceras.
Por aqui, as direções não mudaram, apenas o impossível incansável me rodeia
E eu continuo a perseguir palavras que, para mim, já não soam como verdadeiras,
A pensar nas mesmas frases para colorir e, quem sabe, marcar histórias alheias,
Enquanto me escondo e tento apagar a minha própria, sem que ninguém veja.  

quinta-feira, 17 de março de 2011

Aprendendo


"Alguém aprende a amar não quando encontra a pessoa perfeita, mas sim, quando aprende a crer na perfeição de uma pessoa imperfeita."

 

                                                                                               Autoria desconhecida


quarta-feira, 16 de março de 2011

Perto de mim


Dizem que ando distante do mundo,
Que meus olhos já não enxergam lindos horizontes nem rumos,
Que, de repente, me viciei na solidão
E que não sinto tampouco espero nada mais profundo.
Dizem que antes eu não era assim,
Que sabia também falar e não só ouvir,
Que, sem esforços, capturava cores e emoção
E que não preferia estar apenas aqui perto de mim. 


terça-feira, 15 de março de 2011

E é só alegria!


Não há palavra melhor que a alegria para explicar, ou até mesmo, exemplificar a emoção verdadeira e imensa de poder ultrapassar a marca de 100 seguidores! Por isso hoje, quero agradecer as visitas assíduas, a credibilidade e carinho depositados nas palavras aqui escritas, pensadas e buscadas com todo o respeito e atenção para levar um pouco de entretenimento e reflexão a quem passa pelo Sin Parangón. Muito obrigado a cada um de vocês por fazer parte deste meu lar, onde nunca mais, espero, ficarei sozinho!

PS: Agora também estou no twitter, sigam-me lá! (link do lado direito do blog).


E a alegria não para! Recebi a indicação destes selos dos blogs Intensidade e Menina Segredos, por onde sempre caminho! Obrigado sinceramente pelos presentes!


                Este último veio com um pequeno e curioso questionário como regra:

1. Me conte um segredo:
Não sou uma pessoa que tenha grandes e obscuros segredos, mas sempre aparento estar bem em qualquer situação.

 2. O que é valioso pra você:
Minha família, meu cachorro, meus amigos e, claro, postar aqui.

3. Escreva uma frase:
“Se quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem às coisas.”
                                                                                            Albert Einstein

4. Dedique àqueles que sempre comentam nos posts:
Como hoje é dia de falar e sentir alegria, compartilho ambos com todos os meus seguidores, de alguma forma, sempre presentes.

Fogo e pólvora



Estas alegrias violentas têm fins violentos
Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora
Que num beijo se consomem.

                               Romeu e Julieta, Ato II, Cena VI


quinta-feira, 10 de março de 2011

Cinzas


E de ti, um retalho de fantasia foi somente o que me restou,
Ainda com uns poucos reflexos de alegria,
Porém não transmitindo sequer um fio de calor.
Até as serpentinas não ficaram sozinhas, o vento as acompanhou,
Nem o Pierrot disputava mais com Arlequim o coração da Colombina
Mas teu encanto, pelo qual tanto torcia, a quarta-feira de cinzas quebrou.
E eu que pensei que poderias ser, quem sabe, meu amor,
Não apenas este bom retrato mudo sobre a estante
Ou o perfume de ausência impregnado no meu cobertor. 

terça-feira, 8 de março de 2011

Hoy es día de Frida!


Simples versos, textos propícios e comemorativos ou meras frases-feitas não seriam tão suficientes, creio eu, para representar todo o significado evolutivo que envolve e colore cada segundo deste dia. Pensei em grandes personagens do cinema, em ideais futurísticos e, até mesmo, no verde das esperanças e na doçura comum das poesias, mas queria retratar, trazer à tona uma forma pura e forte de realidade, pegadas de mulheres, às quais a eternidade representa apenas um reles detalhe, pois seus olhares e atitudes serão sempre grandezas e intensidade. E, sem querer, me deparei com uma história de superação pela originalidade transparente de sua arte, porém também, com a instabilidade ou, quem sabe, com o esquecimento e a indiferença cruel do amor, com o desamparo visível da vida, que, mais tarde, se tornaram o refúgio, o ofício e a inspiração predileta de mãos talentosas à frente do tempo, que através de pinceis tentaram buscar a seu povo e a si mesmas, almejando entre as aquarelas a preciosidade da cura, e, no seu constante desencontro, fazendo da dor mesclada à frustração seu autorretrato, sua recompensa certeira pela incomunicabilidade da realização pessoal com a alegria. Escolhi alguém de quem fizeram um perpétuo lar as feridas, decidi falar de Frida.

“Não me permitiram preencher os desejos que a maioria das pessoas considera normal, e nada me pareceu mais natural do que pintar o que não foi preenchido (…) Minhas pinturas são (…) a mais franca expressão de mim mesma, sem levar em consideração julgamentos ou preconceitos de quem quer que seja (…) Muitas vidas não seriam suficientes para pintar da forma como eu desejaria e tudo que eu gostaria.”
                                                         Frida Kahlo   




 A todas as visitantes e seguidoras, feliz dia das mulheres!

Meu lamento


Neste dias, lamento tanto por não poder ser como os outros,
Por não fantasiar-me nem brincar de ser feliz no meio do povo,
Por não fingir alcançar o sol nem ter um samba que me tirasse o fôlego.
Lamento por não correr atrás de ilusões de confetes como se fosse louco,
Por não contar os inumeráveis beijos e achar que ainda seriam tão poucos,
Por não ter um alguém que me estremecesse e, pela multidão, me guiasse o corpo.
Nestes dias, lamento tanto por não saber começar de novo,
Por ter um coração que nunca se mascara ou perdoa qualquer desgosto,
Por manter-me inseguro entre ventos secos e frios como se aqui sempre fosse agosto.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Presentes


Este selo que exala espontaneamente positividade, recebi do meu amigo Phelipe do blog Caixa de Pandora. Há algumas regras que são: Indicar a 05 blogs que mais visitem o Sin Parangón (segundo as estatísticas) e a 05 novos seguidores, disponibilizar o link do blog que lhe presenteou (feito acima) e deixar, por fim, uma frase, um trecho de música ou citação que seja alegre.


Visitantes assíduos:


Novos seguidores:

Frase:

“...E batendo como o sol, meu coração não tem idade para esperar-te.”

***

Este, recebi do “hospício” da Pri, o Never Say Never Love. Obrigado por mais esta indicação e pelas homenagens esta semana (sem palavras)! 


A regra é muito simples: Colocar uma música! Então, escolhi uma que representa com perfeição, pensamentos e/ou dúvidas que todo mundo certamente teve algum dia... Espero que gostem! 


O indico aos visitantes e seguidores que por aqui passarem!

Sem idade



“A idade não nos protege contra o amor. Mas o amor, até certo ponto, protege-nos contra a idade.

                                                                                             Jeanne Moreau

sábado, 5 de março de 2011

Dizem por aí


Dizem por aí que me perdi,
Que tua ausência nunca pude resistir
E é verdade que foi entre teus braços que minha alma
Encontrou um lugar e eu vivi

Dizem por aí que já não durmo,
Que me amanheço sem dar trégua a meu pensar
E é que não quero te encontrar em meus sonhos,
Te encontrar para logo despertar

Dizem por aí que passo o tempo
Confessando a minha sombra este sentir,
Já saberá Deus que este castigo eu não mereço
E que não há quem me conte alguma coisa de ti?

Dizem por aí que já não sinto,
Que depois de ti não houve ninguém mais
E é verdade, continuo vivo na lembrança,
Vivendo morto dentro desta realidade

E o que importa o que dizem por aí?
Se dizem é porque não sabem de ti
E é que acreditam que o amor é apenas um momento
E não sabem que um momento é a vida para mim.
E o que importa o que dizem por aí de mim?

                                            Kike Santander – Adaptação para o português: Junior Rios

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