domingo, 27 de fevereiro de 2011

Domingo



Sinto falta daquela sua presença exagerada, independente da estação, espantando o frio e dando sentido ao meu quarto, espalhando risos e insinuações travessas pelos sofás tão sérios da minha sala, fazendo da cozinha nosso espaço predileto para realizações curiosas e muito mais saborosas, deixando rastros de entusiasmo em meio às cinzas de desejos de breve repetição por cada canto da casa e, sem querer, também cócegas e borboletas inexplicáveis por toda a alma. Sinto falta de não precisar mais dos relógios quando você finalmente chegava, de tornar-me invencível e de ouvir as mesmas melodias secretas quando você simplesmente me olhava, de passar os domingos espreguiçando-me entre seus abraços sempre acesos e de com suas mãos ficar inventando planos distantes ou histórias. Sinto saudades da sua cara de sono ao perguntar-me as horas e das minhas mentiras piedosas com medo de que você fosse embora, do seu cabelo despenteado pelo meu desajeito e da facilidade acessível de sentir-me, sem esforços, feliz. Sinto saudades até mesmo de nossos raros desencontros, de deixar-me levar pelas melhores frases-feitas, por sua retórica impecável, que fazia de qualquer desculpa a mais perfeita, das suas promessas surpreendentes e da minha evidente certeza. Sinto falta do tempero, da vontade e da sintonia indescritível do beijo, da fé que exalava e me acalmava naturalmente o desespero, dos defeitos que nunca precisaram de meros reparos ou consertos. Sinto falta, de repente, do meu mundo inteiro.  

“Vamos a querernos toda la vida,
Como se quieren la noche y el día cuando hablan de ti.
Vamos a querernos en cualquier vida,
Porque prefiero dejarme morir que estar sin ti.”

                                      La Oreja de Van Gogh em Mi vida sin ti

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sin Parangón recebe Prêmio Blog de Ouro 2011


Nestes quase quatro meses de Sin Parangón tenho recebido inúmeras felicidades, provas de amizades, de atenção... E isto é a verdadeira razão de sempre tentar trazer o melhor, mesmo que, às vezes, falte a inspiração e o tempo devidos. Agradeço ao blog Humor Negro sem Censura, da fiel companheira Laura, comigo desde o início de tudo. Obrigado por mais este presente!


E é com o todo o orgulho que também o indico aos meus favoritos:

Garbage Dump;                                Recomeçar;
Retalhos e epopeias;                        Amanda Carvalho;
Versos vermelhos;                            Estranhos;
Who knows?;                                    Retalhos do que sou;
My own wonderland;                        Comando contra o tédio;
Hiperestesia;                                     A sombra do mar e
Por um triz;                                       Doce-meio-amargo.


Desde já, peço desculpas se por acaso me esqueça de alguém!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pessoa



“Olhar você e não saber
Que você é a pessoa mais linda do mundo.
Eu queria alguém lá no fundo do coração.

Ganhar você e não querer
É porque eu não quero que nada aconteça,
Deve ser porque eu não ando bem da cabeça
Ou eu já cansei de acreditar.

O meu medo é uma coisa assim,
Que corre por fora, entra, vai e volta, sem sair.
 Não. Não tente me fazer feliz.
Eu sei que o amor é bom demais,
Mas dói demais sentir.”


                                Dalto/Cláudio Rabello



"Há pessoas que nascem para serem sós a vida inteira. Eu, por exemplo. Frequentemente me assusto, pensando que a vida vai acabar sem que eu encontre um grande amor, uma grande amizade ou mesmo uma grande vocação que justifique este isolamento."

                                                                                            Caio Fernando Abreu


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sem ser amado


Não há mais voltas ou ilusões para este ser decepcionado,
Se me condenaste, não sei se por querer, a este olhar desorientado.
Logo eu que fiz do meu coração teu fiel e perpétuo reinado
E como um servo imprestável, apenas mereci um longo fardo de descasos.

Não há mais batimentos válidos dentro deste peito estragado,
Se até mesmo minha respiração soa agora no tom errado.
E sempre me disseram que era benção poder estar apaixonado,
Será que só comigo o mundo parece ser tão equivocado?

As cicatrizes ainda sangram quando passas ao meu lado,
Não busco curas, se já sei que meu corpo de saudade está arruinado.
E lembro-me que dizias que entre nós nunca haveria passado,
Pois a cada novo dia, me farias descobrir a beleza constante de ser amado.

As flores por toda parte rapidamente têm caído e secado,
Os bilhetes em branco sobre a escrivaninha triste têm se amontoado,
Sendo que as palavras definitivamente se foram ou, descrentes, têm se calado,
Me restando somente uma coleção vasta de machucados.  

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Se você não existisse


    Talvez, se você não existisse, eu não me sentiria mais assim como sempre vagando, tentando medir o tempo, as nossas distâncias e a intensidade diária do meu pranto. Se você não existisse, meu pensamento não sonharia, esperaria ou sobraria tanto, não precisaria buscar em outros lábios sem graça alguma fórmula que quebrasse, de uma vez por todas, este encanto e meu coração, quem sabe, finalmente ficaria sossegado no seu canto. Talvez, se você não existisse, eu não andaria tão desatento, tropeçando em retalhos crescentes de memórias nem me afogando facilmente em oceanos de sentimento, não suspiraria aos céus pedindo por vocação e alento, já que não tenho sabido separar o que ainda é vida do que foi apenas um momento. Se você não existisse, eu não poderia distinguir bem os sabores, cheiros nem conheceria minha alma, não sairia com frequência, pois você nunca estaria para me levar pra casa. Talvez, se você não existisse, eu não entenderia de companheirismo e divertimento, tampouco de risos soltos e corpos gêmeos dispostos e à procura de envolvimento. Sei que duramos pouco, mas somos eternos aqui dentro.           

Selo "Este blog suaviza a vida"


Como é bom poder receber um reconhecimento quando pensas que tudo o que querias dizer e/ou escrever já está esgotado, saturado, tão velho! Agradeço ao blog Retalhos do que sou, da Van, que faz do seu espaço um lugar de achados magníficos, riquíssimos! Um lugar onde sempre me encontro... Obrigado!


O repasso a todos os seguidores do Sin Parangón e seus respectivos blogs, que também, com suas presenças indispensáveis e palavras, me suavizam a vida.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Alguém amigo


Que me olhe nos olhos quando falo. Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência. Preciso de alguém que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado. Alguém amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso. Neste mundo de céticos, preciso de alguém que creia, nesta coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível de encontrar: A Amizade. Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa. Preciso de um amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida. Mesmo que isto seja pouco para as suas necessidades. Preciso de um amigo que também seja companheiro nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias e que no meio da tempestade, grite em coro comigo: "Nós ainda vamos rir muito disso tudo." Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher o meu amigo. E nesta busca, empenho minha própria alma, pois com uma amizade verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela.

                                                                                                            Charles Chaplin


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Quando


Presta atenção no que eu sinto aqui bem dentro
Eu sei que nunca entendi ou falei muito sério de sentimento,
Mas te juro que isto agora não pode ser apenas coisa de momento,
Se tenho brigado tanto com as horas para te ter por mais um pouco de tempo

E quando será que teus beijos se tornarão meu único vocabulário,
Que entre teus braços eu finalmente esquecerei o que me fez o passado?
Quando será que para tuas dúvidas meu coração será como um dicionário,
Que a sorte se abrirá e manterá nossos passos lado a lado?

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mais 2 selos



Mais uma vez, o blog O mundo sob o meu olhar, do poeta Marcos de Souza, me surpreende com a indicação de mais dois selos para a minha coleção. Obrigado!

Os divido com os amigos:

Meme literário


O Sin Parangón recebeu a indicação de um Meme literário dos blogs Caixa de Pandora, do meu amigo Phelipe, e  Humor Negro sem Censura, da minha companheira de sempre, Laura. 


Então, vamos lá!


1-      O Ladrão de Raios, Rick Riordan;  (Para download, clique)


2-      A Última Música, Nicholas Sparks; (Para download, clique)


3-      A Hospedeira, Stephenie Meyer; (Para sinopse do livro, clique)


         Versos vermelhos;
         Comando contra o tédio;
         Estranhos;
         Recomeçar;
         Amanda Carvalho;
         Hiperestesia e
        

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Porta fechada


O que levou teu amor embora assim tão de repente?
Se agora não tens conseguido nem mesmo me olhar de frente,
Como se de mim, não quisesses absolutamente nada
E eu tentei fingir, porém percebi que já não me amavas

Onde está aquela loucura que me dava razão nas madrugadas?
Talvez, a esqueceste sobre outros lençóis e melhores almofadas,
Que com doses certeiras de êxtase e ilusão sempre te esperavam,
Enquanto eu, com minha realidade escancarada, apenas te cansava

As minhas mãos sinceras tornaram-se fracas, pois não te tocam a alma,
Se até meu simples bom-dia, ultimamente é motivo e nos afasta
E te ouço dizer, não sei se com ironia, que isto um dia passa,
Mas como? Se em teu coração, de pedra, há um basta

Não posso mais confiar no que dizem a paciência e a calma
E viver do sonho de que, aos poucos, teu amor eu retomava
Embora tão podadas, quero minhas próprias asas de volta
Para te avisar que hoje, é meu amor que se encerra e fecha a porta.



“Meu amor, vou tentar deixar de lamentar saudade de você para sempre.
Vou deixar de ter tristeza por não ter você.”

                                         João Donato, Marisa Monte e Arnaldo Antunes (Trecho da música Nunca Mais)


***

Como é emocionante poder receber o reconhecimento de blogs que admiro, que me inspiram e atraem, sem esforço algum, minhas constantes visitas. Hoje, o Sin Parangón recebeu a indicação de mais este selo dos blogs É meu, é meu, é meu - cantinho (Polyana) e Comando contra o tédio (Jân Bispo). Obrigado pelas palavras, atenção e carinho! 



 Mais uma vez, quero poder compartilhá-lo com meus seguidores, a verdadeira realeza deste espaço!


Finado Carnaval


Confetes e samba já se espalham por todos os lados
E meu coração silencioso ainda permanece sem curativos e dilacerado,
Como se vivesse entre a penumbra constante de um dia de finados
Aqui o Carnaval, há tempos, de corpo e alma, não tem se fantasiado

Será que por detrás de tantas máscaras existe a busca do amor?
Se o que quer esta multidão que avança é perder qualquer valor
Será que sou só eu que não nasci com o dom de ser ator?
Se desta alegria que passa, apenas tenho sido um mero espectador.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sedução


Hoje, eu preciso daquele teu olhar delinquente,
De me prender a ti, usando teus braços como fortes correntes,
De habitar um lugar perdido onde exista tão somente a gente
E, então, descobrir teus segredos mais indecentes

Hoje, eu quero que este amor se faça transparente,
Que meus planos inimagináveis convençam tua mente
E que, sem reação nenhuma, perca o coração completamente,
Sendo que já não tenho a pretensão de ser nesta noite um sobrevivente

Hoje, eu preciso conhecer o que é para sempre,
Como se minha vida inteira se conduzisse apenas neste presente
E será que é esta a sensação de viver eternamente?
Pois me ressuscito a cada vez que te aproximas simplesmente.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Hipocrisia



            Já fui rotulado de egoísta, de insensível e sincero demais. Hipócritas! Dizem sempre: "Ama-te mais a ti próprio, coloca-te em primeiro lugar, a mentira não leva a nada… E quando nós fazemos isso tudo, apontam para nós e dizem que a nossa maneira de ser está errada. Pois eu estou pouco me lixando para o que pensam de mim. Sou assim e se quiserem  mudar-me, mudem-se.

                                                                      J. Antunes


Frase retirada do blog Intensidade.


sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vazio


Por onde anda toda a simplicidade que me disseram ter a vida, as amizades que nunca se substituiriam por dinheiro e o amor que um dia, de surpresa, sempre chegaria? Ninguém ou nenhuma geografia explica. Ando me baseando em vidas alheias para garantir algum sentido de normalidade, de especialidade, já que para os outros o mundo ainda gira com certa direção, com possibilidades de qualquer transformação, incomparável a este meu universo de gestos tão estranhos, construído sobre escombros irremovíveis de erros e enganos, em que a única novidade é a poeira que aumenta visivelmente pelos cantos. E eu que pensei que haveria um pouco mais para mim, se guardei em segurança cada sonho, se me preparei esperançoso para cada realização, sem me dar conta de que apenas quedas e cicatrizes sangrentas esperavam meu porvir. Mas confesso que quis construir meu caminho e não sei se realmente mereci a indiferença do destino. De que adiantaram os juramentos de felicidade, se há tempos me foi embora a perseverança? De que serviram todas as tentativas de mudanças, se tornaram-se óbvias utopias como um sorriso sincero que me alcança? Nem a paz e a criatividade das madrugadas são mais soberanas, sendo que já sou incapaz de enxergar através das constelações um lugar perfeito e um afago piedoso por ser assim tão imperfeito. Este que agora me olha no espelho, antes não me encarava com desespero, não apagava, descrente, a luz do quarto nem se esquecia dos desejos, tampouco, guardava um vazio imenso dentro do peito.              

C´est la vie


“Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. 
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. 
Se achar que precisa voltar, volte! 
Se perceber que precisa seguir, siga! 
Se estiver tudo errado, comece novamente. 
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a. 
Se perder um amor, não se perca! 
Se o achar, segure-o!

                                Fernando Pessoa





“Não somos apenas o que pensamos ser.
Somos mais. Somos também o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos.
Somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos "sem querer".

Sigmund Freud



“A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nos enquanto vivemos.”

Pablo Neruda



“O nunca mais de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto o nunca mais de se ter quem morreu. E doi mais fundo, porque se poderia ter, já que está vivo, mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é “never”.

                                    Caio Fernando Abreu



“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

Clarice Lipsector


***

Recebi mais este selo do poeta Marcos de Souza do blog O mundo sob o meu olhar.Obrigado mais uma vez pelo carinho e pelo reconhecimento constante!


Não sendo diferente, o divido com todos os seguidores do Sin Parangón.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O amor em tempos de cólera





“Nunca estamos tão mal protegidos contra o sofrimento como quando amamos, nunca estamos tão irremediavelmente infelizes como quando perdemos a pessoa amada ou seu amor".

                                                                         Freud




“Mesmo sendo uma condição constitutiva da natureza humana, o amor é sempre a premissa insuperável dos nossos sofrimentos. Quanto mais se ama, mais se sofre."


                                                                          Nasio


O amor em tempos de cólera é um romance escrito magnificamente por Gabriel García Márquez, fazendo parte, portanto, da literatura universal, sendo adaptado para o cinema no ano de 2007. Conta uma história que atravessa mais de meio século de um coração incansável em busca da tão sonhada realização, passando os anos de sua vida esperando pelo único alguém por quem já sentiu realmente estar apaixonado.

Para baixar o filme O amor em tempos de cólera, clique aqui



***

Recebi este selo da Polyana do blog É meu, é meu, é meu - cantinho, um espaço muito bem construído e encantador por natureza. Aconselho a visitarem! Obrigado pelo carinho!


O compartilho com todos os meus queridos seguidores!

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