terça-feira, 30 de novembro de 2010

Apaixonado


Que inútil já se faz a espera de um sentimento neste quarto esquecido de toda a cidade, se não há quaisquer sinais de nenhum coração disposto, se os pensamentos vagam distante e regressam sempre sem ninguém, trazendo, de vez em quando, somente as mesmas respostas egoístas de um mundo que tem sido tão doloroso, que, com mil desprezos, me afasta de um final que ainda tenta ser feliz.
Que triste já se faz a ausência de um sentimento que, com segurança, me desse a mão, que me rasgasse, sem maiores cerimônias, este vasto histórico de solidão, se não consigo me encontrar completo e perfeito dentro de qualquer abraço, se sem rumo certo, caminho só por esta encruzilhada escura de esquecimentos.
E eu que queria estar apaixonado nesta última noite de novembro, podendo pintar neste meu céu sempre cinza, formas de luas que enfeitiçassem de carícias a madrugada, inventando beijos que dessem voz ativa a estes desejos, que me acendessem, libertassem e saciassem, finalmente, a alma.  
E eu que queria estar apaixonado nesta última noite de novembro, determinado a, outra vez, me naufragar em um oceano profundo de ilusões, que limpassem destas almofadas o abandono da saudade e que, apesar de que não me garantissem nada, não me dissessem adeus quando no horizonte avistassem chegar a alvorada.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

04:43 am


Nem sei dizer, ao certo, se por aqui ainda é madrugada. O relógio sempre apressado comigo, marca 04:43 am, e por mais que eu me peça e precise, não consigo dormir. Mas ultimamente tem sido assim, tenho pensado demais. Sinto-me sozinho, inquieto, perdido na imensidão vazia desta noite sem lua, confessando às paredes pálidas, como um louco de natureza, minha ansiedade irremediável, fazendo planos inumeráveis para se, de repente, resolvesse lembrar-me um pouco de mim.
Ando tentando descobrir, entender e presenciar, sem restrições, o que, na realidade, significam mudanças, medindo e confrontando, de certa forma, todas as suas possíveis benfeitorias e consequências, querendo, em meio a tantos conceitos, alcançar, desesperadamente e de uma vez, uma explicação conclusa, uma fórmula legítima e acessível, que comprovem que, realmente, é muito fácil mudar.
Ao meu redor tudo parece tão inalterável, tão igual, que de tão comum, já perdeu toda a graça, todo o brilho, toda a particularidade que deveria conter cada dia. E as semanas continuam a passar velozes e monótonas, dizendo-se recheadas de oportunidades, que, por aqui, nunca se anunciam, nunca visitam, nunca habitam.
Sei que posso ser o único culpado. Talvez, eu tenha mesmo me acomodado, me acostumado a viver um dia dez mil vezes, a ver pela janela, a vida escapar despercebida. Talvez, depois de tantos fracassos, eu tenha mesmo medo de tentar, de acreditar de novo, mas se por aí, ainda sobra algum resíduo do que em mim foi esperança, que o vento frio lá fora, me devolva esta noite.    

sábado, 27 de novembro de 2010

O último romance


"...E ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim.
Do nosso amor, a gente é quem sabe..."

Aqui dentro


Sei que lá fora o mundo, aos poucos e sem consideração por ninguém, se desmorona em medo e que bombas ferozes explodem chamas de ira por todos os lados. Sei também que a tranquilidade já se equipara a uma utopia distante, inatingível e que a insegurança, em qualquer canto, é tão visível, é tão palpável. Mas, aqui dentro, mesmo com a leve impressão de estar protegido de todas as espécies de conflito, sinto-me como se, desprovido de forças e motins, enfrentasse a uma autêntica e constante guerra perdida, a uma batalha intensa comigo próprio, que me encurrala e alveja, sem o menor discernimento do que seja clemência, com estilhaços de sentimentos feridos, que anseiam ainda por algum sentido, por algum antídoto capaz que, definitivamente, os curasse, os pacificasse.  

Outro alguém



Meus olhos tristes ainda não conseguem se segurar, ainda não puderam se acostumar ou simplesmente compreender que tudo agora não passa de uma mera casualidade, de um mero engano do destino, portanto, que viva e que, de uma vez por todas, se deixe, em paz, viver.
De que adiantam já as intermináveis comparações, se o que se foi, permanece intacto, indestrutível e, até mesmo, incomparável, guardado em algum ponto remoto e seguro, onde sei que ninguém poderá alcançar, ninguém poderá ousar ocupar tão facilmente. E apesar de que dizem que isto passará, conservo a inevitável e imbecil ideia de que ao teu lado é meu lugar.
Meus olhos tristes ainda não sabem mais como aguardar, como não acompanhar, como disfarçar esta dor violenta e incontrolavelmente ciumenta, quando, com teu outro alguém, te veem passar.  





sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Estranho


Como é estranho ter que, de repente, de algum lugar, tentar encontrar motivos para continuar, tentar fingir que nada aconteceu, que para mim tanto faz e que perder é mesmo sempre tão normal. E eu que quis pensar que, nesta ausência desafiadora, bem estaria, que logo, estas lágrimas inseparáveis secariam, não imaginei que, com tanta facilidade, a mim próprio, assim, enganaria.
Como é estranho ter que me reinventar entre os escombros de lembranças que ainda imploram por uma oportunidade de existir e que, a todo o momento, insistem em me acusar, sendo que para esta história, sem mais condições, só pude dar o melhor de mim, sem jamais acreditar que, injustamente, tivesse este tipo de fim.
Como é estranho, todavia, querer esperar por alguém que se esconde, que, sem compaixão, não responde, de quem já não ouço, por nenhuma esquina, qualquer notícia falar. E, então, como é estranho ter que saber que este silêncio mais triste gritará, quando, sem você, o Natal por aqui chegar.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Esquadros


"Meu amor, cadê você?Eu acordei e não tem ninguém ao lado"

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Beije-me a boca


Beije-me a boca, enche-me a alma de risos,
Com seu olhar mais profundo, pare o tempo
E a este coração dê algum sentido

Beije-me a boca, sufoque-me com seus suspiros
E perto de meus carentes ouvidos,
Sussurre-me palavras que sei que ainda preciso

Beije-me a boca, tire-me a noção de que existo
E à sua maneira, apresente-me a realidade,
A sua visão do que seja, realmente, o infinito

Beije-me a boca e mostre-me todos seus instintos
Que, sem a menor necessidade de pudor,
Eu me perco, sem volta, pelos seus caminhos.

Prêmio Dardos


Significado do prêmio: O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... Que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras e suas palavras. “Estes selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.”


Quem receber o prêmio deverá seguir as seguintes regras:

1 - Exibir a imagem do Prêmio no blog;
2 - Revelar o link do blog que atribuiu o Prêmio;
3 - Indicar outros (sem número limite) para premiar.


Dizem que o primeiro prêmio, a gente nunca esquece!
Em primeiro lugar, agradeço a este turbilhão inquieto e constante de pensamentos, ideias e sentimentos, que me rodeiam, incansavelmente, o tempo todo, me propondo e me incentivando a escrever, a me expressar sempre mais.
Agradeço aos visitantes e seguidores que passeiam todos os dias pelo “Sin Parangón”, dando cada vez mais vida a este jovem blog.
A Jô e o seu, incomparável, Lágrimas Compartilhadas, um espaço que, desde a primeira visita, conseguiu prender toda minha atenção e carinho...Continue escrevendo com a alma!
As minhas indicações são para aqueles que, apesar do pouco tempo, têm dado credibilidade, fôlego e sentido ao “Sin Parangón”, fazendo-o crescer e, infinitamente, se inspirar.

A vocês:


Desafio dos sete




Esta brincadeira descontraída, recebi através da indicação carinhosa da Jô, do blog Lágrimas Compartilhadas, um espaço único, com o qual me identifico em tudo...Vale a pena conhecer, gente!
O desafio é como uma apresentação, onde irão descobrir um pouco de mim além das postagens.

Vamos ver se sai alguma coisa...

7 coisas que tenho que fazer antes de morrer:
São tantas que nem sei enumerar nem me lembrar de todas!
-Passar uma boa temporada no México;
-Se possível, ganhar na mega-sena (assim, faria muito mais que 7 simples coisas, imagina!);
-Conseguir oportunidade e sucesso naquilo que gosto de fazer;
-Viajar pelos quatro cantos do planeta;
-Encontrar um amor de verdade;
-Terminar minha faculdade de Direito;
-Casar ou comprar uma bicicleta (dúvida cruel).

7 coisas que mais digo:
-É a vida;
-Sério?;
-Mas e se...;
-Hoje não;
-Vamos ver;
-Tá bom então;
-Tudo tem seu tempo certo.

7 coisas que faço bem:
-Aprender quando quero;
-Escrever;
-Pirraçar;
-Ajudar o próximo;
-Pensar demais na vida;
-Ser bom amigo;
-Ficar quieto no meu canto.

7 defeitos meus:
-Ansioso;
-Inseguro;
-Sonhador demais;
-Responsável demais;
-Implicante;
-Detalhista;
-Impulsivo.

7 coisas que amo:
-Minha família;
-Meu cachorro;
-Meus amigos;
-Música;
-Televisão;
-Escrever para o meu blog;
-Viajar

7 qualidades:
-Amigo de verdade;
-Determinado, apesar de inseguro;                
-Dizem que sou muito divertido;
-Inspirado;
-Calmo;
-Autêntico;
-Criativo.

Parece ser uma simples e inocente brincadeira, mas é muito difícil se conceituar!Espero que tenham gostado!

7 pessoas e/ou blogs para fazer este jogo:
-Lud: Os intrigantes pensamentos da Lud;
-Never say never Love;

-Carla Sampaio: Sobrepuja-se;
-Marta Marques: Delírios;
-Camila Mendes: Tu Lipa, Eu Calipto;
-Cartas que nunca te entregarei;
-Sissa Teixeira: Sissa Teixeira.

domingo, 21 de novembro de 2010

Talvez


Talvez, só por hoje, eu tente não falar mais sobre como tenho quebrado o coração, tampouco, apostar em frases um tanto nostálgicas e sentimentais para traduzir, para demonstrar aquilo que eu ainda acho que queria. Apenas, se possível for, quero pensar no que, agora, vale a pena fielmente acreditar, buscando por aí, algo que me faça, sem dependência nenhuma, sonhar, que me faça, com toda a força dos pulmões, de emoção respirar.
Pode ser que, somente neste dia, a vida, finalmente, me diga que nunca é tarde ou distante demais, e, eu, enfim, compreenda que obstáculos são para, destemidamente, serem enfrentados, que tropeços servem apenas para aguçar a atenção e, quem sabe assim, eu não me sinta mais tão covarde.
Talvez, pelo menos por hoje, eu cesse meus pensamentos tão óbvios e cansativos e, perfeitamente, siga os conselhos dos meus bons amigos, para que saiamos sem rumo certo pelos cantos desta cidade, visitando todos os bares e botecos que suportem, durante toda a noite e madrugada, nossa transbordante, e, às vezes, irritante juventude, nossa música alta e, consequentemente, nossa “sem moderação” bebedeira.
Quem sabe, só por hoje, eu, de propósito, esqueça de mim mesmo para que, depois, me encontre em outro alguém, e, sem dificuldade alguma, perca a marcante característica solidão ou nem queira mais saber que horas são, desejando conter a velocidade do tempo para presenciar, aproveitar, ao máximo, cada novo instante.
Talvez, só por hoje, eu...

sábado, 20 de novembro de 2010

Não vá ainda



"Me diga como você pode viver indo embora sem se despedaçar..."



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Se quiser voltar


Acho que sempre esteve mesmo com a total razão, talvez, já seja uma perda de tempo, uma bobagem ficar criando oportunidades e expectativas para uma história que, como anda enfatizando tanto agora, nunca deu certo. Porém, juro que não queria começar a pensar, a acreditar que o melhor é desistir e continuar assim, deixando a critério do destino desfazer tudo o que fomos um dia, o que foi, pelo menos para mim, mais do que perfeito, mais do que certo.
Às vezes, confesso que me espanto com sua frieza, aparentemente falando, de tentar resolver tudo ao redor, como se ninguém pudesse sair mal, como se ninguém, de alguma forma, se ferisse, afinal, ter que, de repente, dizer adeus não é nenhuma especialidade, ter que esquecer nunca foi a coisa mais simples do mundo. 
Estou começando, então, a entender o que já me disse milhões de vezes, que palavras são, realmente, só palavras, porque sinto que as minhas já se encontram perdidas pelo ar, como se tivessem caído em pleno desuso, não lhe transmitindo nenhum sentido, nenhuma lembrança importante sequer.
Não consigo mais prever argumentos nem atitudes que, de uma vez por todas, convençam, embora, meus esperançosos pensamentos não se esgotem de procurar algum meio de resgatar, de seguir pensando em nós, demonstrando que ainda não somos só um passado equivocado, mas que todas as possibilidades esperam vivas aqui, se quiser voltar.


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Tempo, cartas e nada mais


Inevitável, sempre foi desta mesma forma que ouvi as outras pessoas se referirem ao que seria o tempo, embora, vivessem a vida, com a perfeita razão, como se ele nunca fosse passar por elas, como se cada situação, cada relação fossem eternas. Porém, entre as tantas características que definiriam bem a passagem do tempo, eu diria que ela, antes de qualquer coisa, seria cruel, apesar do seu grande poder de transformação e melhorias, porque, às vezes, nos impõe perdas insubstituíveis, perdas de seres que, inexplicavelmente, se tornaram essenciais, inesquecíveis e que, por drástica imposição, temos que aceitar.
Ainda guardo com a mesma emoção do recebimento, aquelas cartas longas, que, até hoje, leio como se fosse a primeira vez, cartas que registraram uma época em que era fácil acreditar no impossível, na perfeição do mundo, acreditar, sem medo,  em qualquer um. Ainda me lembro, entre risos nostálgicos, daqueles finais de semana, onde se cantava e aproveitava cada segundo, dos planos futuros, que não eram tão difíceis assim, mas que, de tanta insegurança, acabavam tirando o sono. Nestas horas, me dou conta de como o tempo é também injusto, não por nos fazer crescer, e sim, por nos tomar aqueles momentos, por nos distanciar, por nos mudar tanto.
Sei que, independente do tamanho dos sonhos, da força das amizades, da intensidade dos amores, o tempo nunca parará, que seguirá travesso e, sem pedir opiniões, interferirá nos caminhos, unindo-os e separando-os, que cartas iguais, continuarão a enviar, a eternizar sentimentos e instantes, que serão responsáveis apenas por suspiros saudosos, olhares distantes e nada mais.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mudança


E eu que ficava esperando um milagre acontecer, sonhando com o dia que tua atenção pudesse, finalmente, me escolher, te vejo passar por mim, e com um ar tão indiferente, nem sinto mais minha alma estremecer. Dizem que mudei demais, mas esta lição, contigo, pude aprender.
Talvez, te assuste esta ideia inesperada de, para sempre, me perder, se era só eu, quem ia teu ataque de solidão recorrer, quero que saibas bem, que foi teu falso amor que me fez, de repente, crescer. E se dizem que mudei demais, esta lição, posso te agradecer. 
Se penso, logo esqueço de todas as promessas que me fizeste crer, grandes desilusões que me ensinaram, de verdade, o que é sofrer, porém vou tentar te entender, brincar deve ser tua forma única de querer.
Não penses que comigo alguma mágoa tua ficou, motivos não me faltam, mas não há mais tempo para dar valor ao que passou, e, se o mundo, realmente, dá muitas voltas, do meu coração, de todas as maneiras, uma delas, te apagou.

sábado, 13 de novembro de 2010

Não sei


Ao certo, já nem sei mais a razão porque nem para quem escrevo, se penso no exato minuto em que seu comportamento mudou, porém, confesso que esta, foi a única maneira de dizer, embora no nosso fim, o que nunca quis ou nunca se importou em ouvir, a única forma válida de tentar me libertar de tantas recordações que não guardam somente boas saudades, mas, que agora, machucam minha memória, a única saída encontrada de ocupar minhas horas vazias e de me dar remotas esperanças de que, um dia, quem eu era antes, regresse por algum horizonte.
E eu que acreditei que só, eu não mais seria, que meus dias sempre teriam sentido, sempre teriam sua incansável energia, me deparo comigo, buscando pelos cantos da casa, qualquer coisa sua para me fazer companhia, quem sabe, de onde estiver, pressinta a solidão que me persegue por aí como uma sombra triste ou que, então, enxergue o deserto frio em que, na sua ausência, se transformou tudo por aqui.
Não sei se exigi, se esperei ou se corri demais, não conseguindo chegar no tempo certo de demonstrar o que ainda tenho e está desperdiçado em algum lugar de mim. Não sei se haverá espaço para mais ilusões, se todas, eu deixei partir. Talvez, enfrentar a realidade seja a solução ideal para me reconstruir, para me reinventar e, de uma vez por todas, entender e colocar em prática o que, em situações difíceis, me dizia, que a vida, às vezes, é mesmo assim, cheia de golpes baixos e tropeções, pelos quais nunca se espera e que, forte, tem que se seguir.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Lento



"A pessoa que lhe diz “não”, está lhe oferecendo uma oportunidade que você ainda não conhece."
                                                                                                                                          Lee L. Jampolsky

                                                                                                   

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Te vi




E eu que andava tão só por aí,
Sem crer, sem apostar mais neste coração,
Deixando-me levar apenas por momentos,
Que depois, se iam como o vento

Talvez, já tivesse eu desistido de buscar,
Temendo outra vez errar,
Talvez, já tivesse eu perdido a fé
De em alguém, de novo, poder me encontrar

De repente, vi em ti
Que eu ainda existia aqui,
Que sem medo pelo mundo, contigo, podia seguir
De repente, vi em ti,
O sol nascer, outra vez, em mim,
Trazendo um dia que não terá mais fim,
De repente, eu te vi.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sem resposta



Eu já não espero mais pelas mesmas desculpas,
Também não acredito que um dia voltarás,
Devagar me foi embora toda a esperança,
Talvez, te confiei coisas demais

E aqui vou contando estrelas,
Querendo teu silêncio entender,
Buscando uma direção qualquer,
Onde eu possa me sentir outra vez

Perguntas me invadem a cabeça,
E, sem resposta, vivo só entre tanta incerteza,
Desesperado para que estas dúvidas, em paz, me deixem,
Assim que o sol, novamente, apareça.

domingo, 7 de novembro de 2010

Porque somos algo mais...



Às vezes, tem-se a duvidosa sensação de que tudo o que se sente ou diz a alguém, não passa de uma grande mentira, de pura encenação. Nem mesmo as explicações mais perfeitas nem as frases mais bem decoradas parecem suficientes ou conseguem emitir qualquer tom de importância ou validade, talvez, por se ser incapaz de medir com precisão o que é realmente gostar, por ser desconhecida a imensidão profunda que isso pode representar. Afinal, não há formas de declarações mais sinceras que um olhar confiante, que atitudes surpreendentes, enfim, que estar lado a lado.



sábado, 6 de novembro de 2010

Inspiração sem direção



Sinto-me absolutamente perdido, sem rumo, até mesmo, as mais singelas palavras, sempre fiéis companheiras, me faltam, desaparecem. Tantos sentimentos dispersos, tantas memórias soltas, tantas folhas rabiscadas e emboladas pelo chão, e, ainda assim, nenhuma emoção consegue chegar a este quarto silencioso e à meia luz.
Sinto-me abandonado, agoniado por não achar a situação correta, por não saber expressar o que, de verdade, se passa aqui ou o que é uma pura ilusão somente. Olho para todos os lados e nada me convence, nenhuma história me oferece novidade, parece que tudo existente neste mundo já foi vivido, já foi descrito e esgotado.
Em um ritmo infinito, as horas passam e, curiosas, me observam. Tento, então, encontrar algum responsável certo, condenando a chuva insistente que cai lá fora, as músicas que já não surtem o mesmo efeito de antes, mas, de uma vez por todas, sou eu que não me encontro neste dia, envolto nesta inspiração incompleta e sem direção.
   

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Simples desabafo



Hoje eu não quero mais pensar no que poderia ter sido. Não vou mais ficar fazendo planos que incluam quem nunca notou que, para qualquer situação, eu estava sempre aqui. Chega de ilusões baratas e músicas repetidas, que já não dizem nada. Chega, de uma vez por todas, de sentimentos tolos e inúteis, que só fizeram deste coração um palhaço machucado.
Hoje eu não quero me basear nas opiniões dos outros para conhecer um sentido qualquer de felicidade. Quero ter minha própria convicção, minhas próprias atitudes, viver minhas próprias vontades, sem querer saber se estão certas ou erradas. Quero poder sair sem me preocupar com as horas, sem me preocupar com o clima, sem me preocupar com ninguém. Quero poder sair e não voltar mais para os meus pensamentos. Quero sair e começar, não sei como, de novo.
Hoje eu não quero facilmente ser encontrado, confesso que ando mesmo meio revoltado. Quero ficar comigo, tentando reorganizar algumas ideias, buscando por aí alguma sorte, querendo acreditar um pouco em mim e só.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

E dizem que é só saudade...



Definitivamente, nada ficou no seu devido lugar. O tempo realmente passou, porém, desta vez, não foi um sábio como insistem em dizer sempre por aí. Ainda tudo se faz tão presente, tão alcançável e possível, que até chego a me perder entre os tantos pensamentos urgentes e os tantos planos feitos em vão, me desorientando entre passado e presente. E, todavia, dizem que é só saudade...
Sem exageros, afirmo que sinto falta de tudo, das conversas intermináveis, dos sorrisos sem causas, dos defeitos quase imperdoáveis e, até mesmo, das coisas mais insignificantes do mundo, que, talvez, denotavam toda a diferença, revelando o segredo da intensidade mágica que continha cada momento. E, todavia, me diagnosticam apenas com sintomas de saudade...
Confesso que, aos poucos, vou tentando reformular aquelas mesmas ideias, tentando realizar aqueles óbvios sonhos, tratando assim, de não me permanecer somente na angústia estranha de um “como seria”. E, todavia, dizem que é só saudade...




"Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida."
                                Pablo Neruda





segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O melhor da vida!!



Nada mais normal que querer apresentar nesta primeira postagem do “Sin Parangón”, um artigo de reflexão, que nos permita pensar sobre o desperdício de determinadas atitudes, e, até mesmo, que nos permita buscar mudanças interiores para melhorar o estilo equivocado de encarar a rotina sem graça, os insistentes problemas, as frustrações obsessivas, enfim, a VIDA como ela é!
Sempre, por mais que os anos passem e que os sonhos, na sua maioria, tenham seguido o caminho da concretização ou de um mero quase, é mais do que comum cruzar, por onde que quer que se ande, com pessoas que se questionam o tempo todo ou que, pelo menos, imaginam sobre o que realmente seria o melhor da vida, o que, de verdade, seria possível para fazê-las constantemente felizes, confiantes e realizadas em todos os aspectos necessários. Questionamentos subjetivos que pairam e, eternamente, pairarão pelos ares à procura de uma fórmula milagrosa de satisfação, talvez, inalcançável e inexistente.
Com palavras um tanto repetidas, porém ainda tão desacreditadas e fora de prática, o melhor da vida, indiscutivelmente, é o hoje, o AGORA! É fazer desta mesma hora, deste mesmo minuto, algo novo, um instante que acrescente um ânimo diferenciado conjuntamente com uma vontade de reparar, de seguir adiante, de se achar firme em meio a um turbilhão. Por mais que as circunstâncias atuais não sejam tão favoráveis assim, tudo, irremediavelmente, tudo passa um dia, portanto, é inútil planejar e desejar para um futuro indeterminado que o melhor da vida bata à porta e diga que é, finalmente, a vez de desfrutá-lo.
É muito fácil perceber nas variadas espécies de relações humanas, a dependência, a carência excessiva, a cansativa espera pelo outro, para poder, então, encontrar motivos suficientes para tomar decisões e caminhar com segurança e prazer. Não que a companhia de alguém não seja estimuladora ou menos importante, mas, que esta, sirva para transmitir e apoiar a essência de ser independente, de ter a capacidade de traçar os próprios objetivos, de sonhar os próprios sonhos, de sentir e viver os próprios sentimentos.
É certo, embora haja evidente recusa, que o melhor da vida se encontra na simplicidade dos hábitos do dia a dia, pois neles, tem-se infinitas oportunidades de  tentar de novo, de refazer, de recomeçar de algum lugar, e, quem sabe assim, redirecionar uma história estagnada em um cenário preto e branco que já não atrai nenhum aplauso sequer.
Literalmente, o melhor da vida é constituído de momentos, que ao longo do tempo vão se encaixando como tijolos de experiências diárias para uma construção sólida de nós mesmos.   

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...