E eu que nunca
mais pensaria ou falaria de saudade... É absurdamente inevitável não sentir
falta de tudo o que trazias, falta das mãos que se arriscavam entre os escuros da casa e desejos, dos gostos esquisitos que mudavam como as estações do ano, do
formato do corpo, que me guiava como intrigantes estradas, por onde eu sabia
que jamais me perderia ou que, de propósito, me perderia para sempre. Sinto falta
dos planos, das ideias e até mesmo dos meus mais equivocados pensamentos,
quando estes tinham ao redor teu pronto consentimento. Sinto falta dos olhos,
dos teus olhos, que denunciavam escancaradamente as intenções que me tinham como protagonista, que me
convidavam para tuas aventuras, para tua perdição, mas eu sabia que se fosse do teu
lado, minha alma já teria qualquer forma certa de absolvição. Saibas que ainda
fazes parte da minha pulsação, te procuro nos jornais, nas festas, outdoors e esquinas
para perceber que funciona aqui um coração, para resgatar sonhos e, enfim, ter
consciência de diversão. E por falar em saudade, onde andas que não vens me
ver?
quinta-feira, 28 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
Hoje-esqueça
Por favor, traga-me mais um copo de cerveja
E se possível for, também uma dose dupla de "hoje-esqueça".
Não quero pensar em sobriedade nesta noite nem ter que esperar de novo
que nada aconteça.
Há quanto tempo você não aparece por aqui e me toma fácil a
tristeza,
Há quanto tempo você não aparece por aqui e me enche os
olhos de brilho e de qualquer certeza.
domingo, 17 de abril de 2011
Reflexos
Isto
nos teus olhos, não pode ser meu reflexo. Não posso ser sempre este rebelde sem
esperanças, que, desprovido de brilho e de espadas de positividade e perseverança, rasteja
também por todos os outros olhares e nenhuma afeição alcança, desenhando-se deformado entre
quaisquer quadros jamais pendurados, encontrando-se despedaçado no fim de
qualquer canção ou fato. Não posso ser sempre este estranho dos olhos quietos e
que nunca falam claro, que carrega na garganta tantos nós negros e contos
amargos e no coração apenas o gelo de um esquecimento incurável e cravado. Não posso
ser sempre este que se perde facilmente entre vazios e silêncios, que em poucos
versos plagiados e apertos de mãos fracos, tem o único sentido do que é ser amado. Não
posso ser sempre este que anda com o impossível ao lado e que por ele se
acostumou a ser contrariado, este que se vê estúpido em corpo e alma e que abandona os sonhos sem aos menos terminar a madrugada.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Nenhuma outra lâmina
...Nenhum som me
importa
afora o som do teu nome que eu adoro.
E não me lançarei no abismo,
não beberei veneno
e não poderei apertar na têmpora o gatilho.
Afora
o teu olhar,
nenhuma lâmina me atrai com seu brilho.
Wladmir Maiakovski
Inspiração vinda do blog amigo Na tua estante.
Incoerente
Não tenho acreditado em muita coisa ultimamente,
Sendo que com o tempo, pude perceber, enfim, como sou
incoerente.
Não ando esperando mais nem por um quase amor, tampouco pela
ilusão de um feliz “para sempre”,
Embora ainda os cite tão próximos e sorridentes, inspirando
versos, distribuindo flores e caminhando pelas ruas possíveis e calmamente.
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